segunda-feira, 20 de maio de 2013

Campinas a caminho da sustentabilidade



O desafio da gestão municipal por metas e indicadores de sustentabilidade
Campinas, com Jonas Donizette, Prefeito Municipal
ARTIGO – POR: ROGÉRIO MENEZES   E  JONAS DONIZETTE –  (SECRETÁRIO DO VERDE E PREFEITO DE CAMPINAS )
O Brasil é hoje um país urbano, com 85% da população vivendo nas cidades. Esse processo de concentração populacional foi ainda mais acentuado nas regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Baixada Santista, que integram a chamada Macrometrópole Paulista. É uma área que responde por 83% do PIB estadual e onde residem 75% da população do Estado de São Paulo, com índice de urbanização que já atinge 97%.
A maior parte desse crescimento se deu nas últimas décadas e teve forte impacto nas demandas por serviços públicos, nem sempre planejadas e atendidas adequadamente. Nesse contexto, nos deparamos com o maior dos desafios da gestão pública municipal: o desenvolvimento real, planejado de modo a integrar, numa mesma equação, os aspectos econômicos, sociais, ambientais e culturais, sob a perspectiva de uma “cidade do futuro”, mais justa e sustentável.
Uma cidade estará na direção do desenvolvimento sustentável se o desenvolvimento econômico resultar na melhoria progressiva da qualidade de vida das pessoas, se for capaz de prover serviços públicos cada vez melhores e se regenerar os “serviços ambientais”, recuperando os bens naturais comuns: áreas verdes, qualidade da água (de seus rios e seus córregos) e do ar.
A cidade sustentável planeja a expansão do transporte publico com visão social, ambiental e de saúde pública, expandindo linhas de trem, ciclovias e corredores de ônibus, cada vez menos poluentes. A cidade sustentável amplia suas áreas verdes: trata seus resíduos com visão integrada e moderna, usando as melhores tecnologias disponíveis. A cidade sustentável alcança a universalização do saneamento e avança na transparência, permitindo que a sociedade acompanhe os resultados e a evolução das políticas públicas por meio de indicadores e pelo estabelecimento de metas setoriais factíveis.
Além dos itens destacados acima, há muitos outros aspectos envolvidos. Há de se ressaltar o combate à corrupção; a busca da acessibilidade; a implantação de políticas de educação, de esporte e de cultura; a necessidade do planejamento do desenho urbano; o compromisso com a inclusão social; o desenvolvimento de habitações dignas e o estímulo a uma nova economia verde e de baixa intensidade de carbono. Nesse último caso, podemos atingir esse propósito por meio de uma política municipal de compras públicas sustentáveis e mediante o censo da economia verde, sempre com a visão processual que a busca da sustentabilidade exige.
A gestão que se inicia em Campinas tem compromisso assumido com a Agenda das Cidades Sustentáveis. Por isso surgiu a SVDS – Secretaria do Verde, do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável. Nos 100 dias iniciais será divulgado, sob a coordenação dessa pasta, um diagnóstico com a linha de base dos 100 indicadores de sustentabilidade, bem como um plano de metas, seguindo a metodologia da Rede Brasileira para Cidades Justas e Sustentáveis, Rede Nossa São Paulo e Instituto Ethos.
São avanços que não se fazem da noite para o dia, mas é possível e necessário tê-los no horizonte. Assim, a sustentabilidade será pautada no planejamento das diversas políticas setoriais e serão programadas ações nesse sentido.
Há um caminho longo a percorrer. Serão várias gestões. Trata-se de política de Estado, e não apenas de um único governo. Campinas aparece atualmente no ranking 2012 do Programa Município Verde e Azul do Governo do Estado, divulgado recentemente, em 231º lugar. Realizaremos um trabalho conjunto, envolvendo as diversas pastas, com transversalidade e muita dedicação, para que Campinas possa galgar posições cada vez melhores na classificação, proporcionando a todos uma cidade com qualidade de vida para o presente e para as futuras gerações.
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